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O que tem a ver cultivar uma amoreira com gerenciar um negócio?

Foto do escritor: English ProjectEnglish Project

Ihh, lá vem papo de coach? Não exatamente.

Um dos motivos pelos quais criei esse espaço de blog no site da escola foi para que eu pudesse compartilhar ideias, pensamentos, conhecimentos e experiências enquanto gestora e líder em processo de desenvolvimento (eu ia dizer líder em processo de construção, mas isso seria injusto com o caminho e resultados que obtive até agora).

Essa amoreira está aqui desde que sou criança, porque a casa onde moro, minha avó morava antes. E desde sempre ela dava frutos, ano sim e ano não, e por falta de conhecimento e experiência, todo mundo só aceitava. Apesar de morar aqui desde os 13 anos, eu só consegui perceber essa casa como um lar aos 19 anos de idade, e essa mudança me trouxe mais autonomia para a tomada de decisões e também para eu me sentir mais à vontade para me impor em algumas coisas.

Quando minha avó morava aqui e eu não, ela, por trabalhar demais, não tinha tempo para algumas manutenções, e isso ficava a cargo dos vizinhos e zeladores. Quando eu decidi que cuidaria da árvore, diversos movimentos, alguns bem desconfortáveis, tiveram que acontecer por conta do jeito que eu queria cuidar dessa árvore. Eu não queria mais podá-la ao ponto de ficar quase só o tronco, sem galhos. Quando experimentei o fato de ela passar um ano inteiro sem frutos (geralmente em setembro), busquei ajuda com alguém que sabia o que fazer e passei o ano inteiro regando-a com água de beterraba, e assim as folhas vieram mais verdes, as frutas maiores e mais saborosas.


Mas o que tem a ver esse tanto de comentário sobre uma amoreira com gerenciar um negócio? Tudo!!! Absolutamente tudo!



Quando eu não enxergava a casa como minha, o cuidado dela como minha responsabilidade e as consequências gostosas de se morar em uma casa confortável (aos meus olhos), eu não assumia a responsabilidade pelo cuidado e evolução dela. E no mesmo segmento entra a parte de se impor; mesmo depois de eu me tornar adulta, as pessoas ainda me viam como “a neta da Maria Helena” e tinham dificuldade de ouvir, aceitar e respeitar o meu jeito de conduzir as coisas. Aconteceu duas vezes de podarem a árvore por completo sem a minha permissão, e eu tive que me impor. Aqui na escola não é diferente; da mesma forma que as pessoas usufruem do lado legal da minha flexibilidade e empatia, por vezes são necessárias conversas desconfortáveis e verbalizar limites.

E para mim, o resultado do cuidado e dedicação a médio e longo prazo já é perceptível. Muitas pessoas e muitos conteúdos, até bem mais profundos que essa conversa, falam sobre como somos imediatistas e como, com o fácil acesso à informação, confundimos isso com mudança instantânea e resultado imediato. Você não vai se tornar um bom líder em apenas um ano; você não vai ficar fluente, avançado ou proficiente em inglês em seis meses. É preciso respeitar o tempo e o processo de aprendizagem, para ter resultados e amadurecer seja academicamente ou profissionalmente, assim como eu cuidei e cuido dessa árvore diariamente para, uma vez no ano, dar frutos.


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